O texto de hoje ainda é pela semana do dia das crianças. Vamos apresentar um caso de sucesso e um grande exemplo de que educação financeira pode e deve começar desde cedo em nossa vida.
Durante todo o meu tempo, mesmo quando atuava como engenheira, já estudava finanças pessoais, e ensinava à minha filha a importância do dinheiro e como cuidar dele. Quando fomos para a Alemanha, intensifiquei os estudos sobre esse assunto e junto com ela, criamos o hábito de toda sexta-feira, no início da noite, vermos filmes com essa temática; mas fazíamos isso de uma maneira descontraída. Quando eu saía da universidade, já passava no supermercado e comprava batatas chips, biscoitos e sucos.
Nessa estratégia, eu juntava duas coisas: compartilhava momentos com a minha filha sem gastar muito, aliado à educação financeira. Esse ensinamento eu aprendi no livro “Casais inteligentes enriquecem juntos” – do mestre em finanças, Gustavo Cerbasi; onde ele usou várias estratégias para juntar dinheiro para o seu casamento. Logo, eu usei essa metodologia para que aprendêssemos sobre educação financeira juntas de uma forma descontraída, saborosa, agradável e economizando.
Afinal, o nosso objetivo sempre foi juntar dinheiro para viajar – já que estávamos na Europa. Como tornamos isso um hábito, em uma viagem para Hamburgo, Alemanha, para visitar uma amiga, ela me presentou com o livro Mentes Milionárias. Foi nesse momento que alguns ensinamentos do meu pai começaram a fazer sentido: aprendemos a pensar de forma diferente, a entender que éramos merecedoras de uma vida abundante, e que gastar os valores pequenos como moedas, era uma forma de diminuir a chance de gastar mais dinheiro – pois eu não trocaria uma nota de 50 euros, para comprar pão que custava 0,59 centavos de euro. Deveria pegar as minhas moedas e sempre pagar esses valores pequenos com elas; para que as notas grandes não fossem trocadas e depois como um passe de mágica, gastasse o dinheiro sem perceber.
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Minha filha começou a modelar o meu comportamento e decidiu adquirir um patinete para ir para a escola. Como forma de incentivá-la para a compra do patinete, comecei a dar a ela o dinheiro do pfand – traduzindo, é a troca da garrafa recicláveis por centavos. Mas essa história será minha filha quem contará. Desse modo, trago o texto escrito por ela, explicando como fez:
“Fala galera!
Meu nome é Brenda Pegado, tenho 16 anos e sou filha de uma planejadora financeira. Aos 8 anos, comprei meu primeiro patinete juntando garrafa pet! Ai você me pergunta: “como assim, garrafa pet?” – calma, vou explicar! Fui morar na Alemanha com a minha mãe, que na época era bolsista.
Morávamos em um prédio de universitários que ficava a uns 20 minutos da minha escola. Eu via todos os meus colegas indo e voltando com suas bicicletas e patinetes, e o meu sonho era ter um patinete. Eu falei com a minha mãe, e ela disse: você quer ter um patinete? Junte dinheiro para comprar. E para me ajudar, ela deixou eu ficar com as garrafas de água que comprávamos no supermercado.
Para quem não sabe, na Alemanha quando a gente compra um suco, cerveja, água, etc…, após consumir o produto, você troca o frasco vazio no supermercado e eles te devolvem o dinheiro da “garrafa”; você só paga pelo o que está consumindo, ou seja, o produto. Na época, a garrafa de plástico valia €$ 0,25 centavos e a de vidro €$ 0,15 centavos, as latinhas também tinham o seu valor.
No começo, eu fiquei com vergonha de trocar a garrafa por dinheiro, pois sempre a gente pegava mais água com as garrafas vazias. A troca pelo dinheiro ficava em máquinas dentro dos supermercado e você pegava o dinheiro com a atendente do caixa.
- E lá fui eu pedir o dinheiro para moça do caixa. Recebi €$ 0,25 pela primeira garrafa e comecei a perceber que as de suco também eram aceitas para troca. Isso, começou a aumentar o dinheiro que ganhava com as trocas. E por incrível que pareça, ainda tinha gente que jogava fora essas garrafas. E foi ai que tudo mudou!!! Logo no começo, me sentia envergonhada de pegar as garrafas. Às vezes, eu via um monte de garrafas por onde passava, só que a vergonha falava mais alto!!! Até que um dia falei: “DANE-SE”. Depois disso, eu já estava SUPERANDOos catadores de latinhas da praia.
O patinete que eu queria comprar, na época custava 39,00 € (Euros) e com as garrafas consegui tirar em 3 meses, em média, 25,00 €. Dali, em pouco tempo, com mais garrafas e com muita persistência comprei meu patinete à vista. Até hoje me lembro: era de cor verde e preto e para aonde eu ia, o levava junto.
Essa foi uma das primeiras conquistas, quando criança.”
Por Brenda Pegado, 16 anos, estudante do ensino médio, filha de Rosielle Pegado.
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